Neste 24 de agosto, se completam 68 anos da morte do então presidente Getúlio Vargas.
Por isso, o Floripa Centro resgata uma curiosidade relacionada a uma visita que ele fez a Florianópolis em 1940.
Naquela ocasião, em 12 de março, o político plantou uma muda de pau-brasil, no pátio de uma escola do Bairro Saco dos Limões.
A instituição foi inaugurada naquele dia e leva o nome do presidente.
A árvore símbolo do país até hoje resiste e ocupa um lugar privilegiado na área central da Escola de Educação Básica.
Em 2019, o programa Balanço Geral, do Grupo ND, fez uma reportagem sobre o Saco dos Limões e abordou o tema. Confira:
Durante a visita de três dias à Capital, o domingo foi quando o presidente reuniu mais gente: segundo o Jornal O Estado foram cerca de 10 mil pessoas que se reuniram no entorno da Catedral para ver Getúlio, que participou de uma missa.
O presidente também inaugurou o Abrigo de Menores, no Bairro Agronômica, onde atualmente é a Associação Catarinense de Imprensa (ACI), que transformará o local no Museu da Comunicação Catarinense.
Foi inaugurada, ainda, a Colônia Santa Tereza, em São Pedro de Alcântara, depois transformado em hospital que atende pacientes com problemas psiquiátricos.
Veja a programação da visita presidencial publicada no Jornal O Estado de março de 1940:
Confira a matéria apresentando a visita de Getúlio:
A inauguração do Abrigo de Menores: (A imagem de abertura é de autoria desconhecida)
Às 2h da madrugada de 31 de julho de 1893 a Praça XV de Novembro foi tomada por 130 homens a cavalo, armados com espingardas e pistolas.
Comandados por Hercílio Luz atacaram o Palácio de Governo, atual Cruz e Sousa, para destituir o então governador Eliseu Guilherme, no contexto da Revolução Federalista.
A guarda do governador iniciou a resistência, disposta a barrar os revoltosos.
Dois canhões trazidos às pressas da Fortaleza Santana, na atual Beira Mar Norte, foram usados para tentar amedrontar os invasores.
A cidade foi tomada pelo medo, com pessoas feridas no entorno da sede do governo.
“O maior pânico manifestou-se nas casas das famílias que residem ao lado do Palácio, que foram completamente varejadas pelas balas”, publicou o jornal Cidade do Rio, em 1º de agosto de 1893.
Dezenas de tiros de carabina, de todos os lados, romperam as vidraças e marcaram as paredes do Palácio.
Pessoas foram feridas mortalmente dentro da sede do governo, nas ruas do entorno e na Praça XV, entre eles, militares, civis e médicos.
Os mortos foram os civis Manoel Berlinck da Silva e João Fonseca Povoas e o soldado da Força Pública José Gomes.
Foi a única vez que morreu alguém no Palácio por um conflito armado.
Logo pela manhã, Eliseu Guilherme foi obrigado a desocupar o prédio e se abrigar na Capitania dos Portos, atual Museu da Marinha, na Avenida Hercílio Luz.
No mesmo dia, Hercílio Luz fez sua entrada triunfal no Palácio.
Mas não durou muito tempo e logo foi convencido a devolver o poder a Eliseu Guilherme.
Em 1894, ele voltou ao comando do Estado, por meio de eleições.
Entre suas primeiras ações, esteve a reforma do Palácio, que passou a ter a suntuosa aparência dos dias atuais.
Confira o vídeo produzido pela Fundação Catarinense de Cultura: (A foto de abertura, de 1905, é da Casa da Memória. As demais imagens são da Fundação Catarinense de Cultura, de onde foi extraída a maioria das informações desta reportagem)
Por Billy Culleton
Construído no século 19, o imóvel da atual loja de tecidos ‘Casa do Povo’ chegou a ser um dos pontos mais movimentados da cidade.
Localizado na esquina das ruas Conselheiro Mafra e Trajano, no início, ficava próximo aos terminais marítimos de passageiros, na região central da Ilha, e servia como ponto de abastecimento de mercadorias para a população.
No “Armazém Brazileiro” era vendido todo tipo de produto alimentício.
Décadas depois, ao lado havia um movimentado ponto de ônibus urbano.
Já o acesso ao primeiro andar era mais reservado.
No local, as ‘mulheres da vida’ esperavam os clientes para fazer programas em alguns dos dez quartos com vista para o mar. Na metade do século 20, sediou o Bar São Pedro e, na sequência, transformou-se numa referência na venda de fazenda (tecidos) quando ali se estabeleceu a tradicional Casa Yolanda, que fechou na década de 1980.
O ponto foi negociado e se transformou na loja Santana para, em seguida, ser adquirido pela família Althoff, atual proprietária da ‘Casa do Povo’. “Há quatro décadas continuamos com a tradição de venda de todos os tipos de tecido”, conta Ricardo Althoff, responsável pelo comércio e filho do precursor da loja, seu Bertolino, já falecido.
Atualmente, o estabelecimento funciona nos dois andares.
“Apesar do grande oferta de roupas prontas, e de baixo custo, ainda existem muitas costureiras que produzem roupas para festas ou modelos exclusivos para o dia-a-dia”. Ele revela que muitas pessoas chegam na loja e relembram o passado do imóvel.
“Tem cliente que conta histórias de quando era um armazém, depois Casa Yolanda e também sobre o funcionamento do bordel”.
Manutenção constante
Ricardo sente orgulho do imóvel centenário e tenta mantê-lo sempre com boa aparência.
Recentemente, concluiu uma reforma que incluiu o reboco das históricas paredes e a pintura externa, que mantém o tom da cor original do início do século passado.
“A manutenção é constante: fizemos uma grande reforma há 25 anos e, outra, em 2015, sempre com a supervisão da prefeitura, já que é um imóvel tombado”, diz, enquanto mostra a foto pendurada na parede do seu escritório, onde aparece o armazém em 1910.
Leitores acrescentam informações (nos comentários do Facebook):
J.l. Cibils: “Me lembro como se fosse hoje, passava pela Conselheiro Mafra, e as moças “instrutoras”, colocavam seus peitos para fora, na soleira das janelas, era uma forma de tentar atrair a atenção, principalmente de trabalhadores oriundos da construção civil, que naqueles tempos, recebiam todas as sextas-feiras, em dinheiro. Na maioria das vezes, deixavam ali, a maioria do que tinham ganhado ($$$) na semana por seus trabalhos árduos. Na década de 70, a economia local, fervia, de tantos prédios públicos e privados, sendo construídos, com isto, freguesia farta para as moças “instrutoras”.
Dolores Lima: “Muita história! O avô do meu marido era frequentador do bar São Pedro. A adorava os pastéis, que ele comia escondido da família”.
Sylma Dias: “Era a antiga Casa Yolanda, de família turca muito conhecida. O ponto dos ônibus do Continente eram ao lado da loja. Os ônibus ocupavam todo o Largo da Alfândega e subiam pela Felipe Schmidt rumo à Ponte Hercílio Luz, única existente à época”.
Antonio Lima Grams: “Não esqueço a escadaria longa e com pouco ângulo. As paredes internas de madeira pintadas com caiação (tinta com cal) azul. Lâmpadas coloridas também pintadas. Salão amplo. E as garotas do ‘Balé de Paris’, que moravam todas juntas numa casa alugada próximo ao Bar das Pedras, na Praia de Itaguaçú“.
Há pouco mais de um século, Florianópolis se modernizava com relação à destinação dos resíduos urbanos.
Para isso, em 1914, foi inaugurado o forno incinerador de lixo, localizado perto da futura Ponte Hercílio Luz, aberta em 1926.
Até então, o lixo era despejado nas praias da Baía Norte, num serviço de remoção que teve início em 1877 e que era executado diariamente com carroças puxadas a burro.
Atualmente, a chaminé de tijolos aparentes, com 25 metros de altura, é o último resquício daquele conjunto arquitetônico, onde atualmente funciona um setor da Floram.
O forno foi construído entre 1910 e 1914 pela firma Brando e Cia, dos irmãos Miguel e Batista Brando, e contava, ainda, com um galpão de dois pavimentos, de acordo com registros da arquiteta e urbanista Elaine Veras da Veiga, no livro “Florianópolis, memória urbana”.
Como funcionava No interior do galpão havia um forno de tijolos refratários com duas câmaras de combustão onde os dejetos eram lançados ao fogo por um alçapão.
A fumaça provocada pela combustão percorria um duto subterrâneo até alcançar a chaminé, por onde era eliminada.
Perfil da cidade na época No início do século XX, Florianópolis contava com uma população de 14 mil habitantes.
Possuía mais de 600 casas comerciais e a indústria, modesta e diversificada, oferecia móveis, chapéus, café processado, telhas de cimento, vinagre, bebidas, sabão e fogos de artifício, além de cigarros, massas alimentícias, açúcar refinado, caramelos, roupas, bordados, rendas e pregos.
Intervenções urbanas em prol da saúde pública Na época, as intervenções urbanísticas na Capital eram variadas e estavam respaldadas pelo cientificismo do momento, através dos médicos e higienistas, que modificavam a cidade em nome da saúde pública.
Entre essas medidas, segundo pesquisadores da ONG Patrimônio Cultural Brasileiro, estavam o alargamento de ruas, a canalização de córregos utilizados pela população para a lavagem de roupa e a transferência do cemitério municipal existente no atual Parque da Luz para o ‘distante’ Bairro do Itacorubi.
Foi esse mesmo bairro que abrigou, entre 1958 e 1990, o lixão da cidade, com a consequente desativação do forno incinerador, que funcionou por 44 anos no Centro.
Por Billy Culleton
Na “Ilha de Sankateríni” muitos homens e mulheres andavam descalços e sem roupas.
Havia uma imensa quantidade de árvores nos morros, com macacos de rabos compridos.
As casas eram de pedra, com telhados de madeira de cerejeira, rachada ao meio.
Esta descrição da Vila Nossa Senhora do Desterro foi feita por quatro japoneses que aportaram no Forte Santana, no Centro da atual Florianópolis, em 1803.
Eles faziam parte da tripulação de um navio russo que estava fazendo a volta ao mundo.
A viagem do barco Nadezhda foi a primeira circunavegação russa do mundo e os marinheiros japoneses, os primeiros daquele país a fazer a volta na Terra.
Por que japoneses em navio russo?
Em 1793, o navio de carga japonês chamado ‘Wakamiya-maru’ foi atingido por uma tempestade e, à deriva, acabou chegando a uma ilha do Alaska (Unalaska), então território da Rússia.
Os sobreviventes foram levados para outra cidade russa, Irkutsk.
Depois de sete anos surgiu a oportunidade de retornar ao Japão: para isso, deveriam embarcar num navio que iria tentar dar a volta ao mundo e, no final da viagem, chegaria no pais nipônico.
Partida do navio completa 218 anos neste sábado, 7
Assim, em 7 de agosto de 1803, os aventureiros partiram do porto de Kronstadt e passaram por Dinamarca, Inglaterra e Espanha.
Da Europa atravessaram o Oceano Atlántico direto até a Ilha de Santa Catarina, onde chegaram em 22 de dezembro daquele ano.
Após ficarem 71 dias em Desterro, continuaram a viagem até desembarcarem em Nagasaki, em 6 de setembro de 1804.
Homenagem do embaixador japonês
No dia 6 de agosto de 2021, o embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada, esteve em Florianópolis para conferir obras da Casan financiadas com verbas daquele país.
Ele aproveitou para visitar o Forte de Santana, embaixo da Ponte Hercílio Luz, local do desembarque dos primeiros japoneses em território brasileiro.
Ali, em 2013, foi instalada uma placa que lembra a façanha e enterrada uma cápsula do tempo.
Confira trechos do diário descrevendo a Ilha
Os japoneses mantinham um diário onde anotavam os principais acontecimentos e as curiosidades descobertas durante a viagem.
“Pareceu-nos que esse local é um dos maiores portos existentes na América do Sul. Disseram-nos que o território que está sob seu governo também se chama Ecatirina (num dos mapas dos aventureiros há menção á ‘Ilha de Sankateríni’). Ou seja, parece-me que ele é um dos portos do Buracilí (Brasil)”.
“O porto é grande mas forma uma baía. É muito rasa, de modo que os navios grandes não podem se aproximar da costa.”
“No porto, havia dois navios ingleses e mais outros dois navios estrangeiros. Na praia, viam-se canhões para guardar a costa.”
“Os barcos dos nativos eram finos e compridos como se fossem as folhas de bambu. Seu fundo consistia em uma tábua pregada num tronco de árvore partido ao melo.”
“Ouvimos dizer que este lugar é muito quente o ano todo e não conhece o inverno”.
“Os nativos tinham peles escuras. Tanto homens como as mulheres andavam descalços e sem roupas e não tinham tatuagens. As crianças também eram pretas e andavam completamente nuas”.
“Os dentes, tanto dos homens como os das mulheres, eram pretos e estavam sempre mascando uma coisa parecida com resina de pinheiro. Parecia que não paravam de mexerem a boca”.
“Entrando território adentro a partir do porto, havia um lugar com aproximadamente mil casas (Centro da cidade)”.
“Existia um templo (Catedral). Era uma construção que possuía um objeto em forma de cruz similar ao que tem no telhado do templo russo. Observando a maneira de rezar, constatamos que parecia com a nossa reza, a dos japoneses”.
“As casas eram feitas de pedras e seus telhados eram de madeira de cerejeira rachada ao meio. Vendo de longe, assemelhavam-se a casas com telhas”.
“Preparam farinha de milho, a colocam na água quente, fazendo uma espécie de cola (polenta) e a comem”.
“Havia imensa quantidade de árvores nos morros. Entre as árvores familiares havia bergamota e laranja. Bem no interior, via-se uma montanha alta. Disseram-nos que é muito difícil de escalar”.
“Compramos muitos produtos locais para o navio: couves, nabos, rábanos, melões chineses, melões, melancias, abóboras, pepinos, uvas, pimenta, laranjas, nozes, maçãs, cana-de açúcar e açúcar branco”.
“Havia uma fruta muito grande (côco verde). A casca externa era grossa. Ao removê-la, via-se a casca interna muito dura, parte dela parecida com o rosto de uma pessoa. O seu interior estava cheio de carne oleosa, doce como nozes. Os negros colocavam essas frutas num recipiente e vinham a nado até o navio, para vendê-las. Nós também as compramos. Ao experimentarmos, sentimos o frescor na boca e esquecemos o calor intenso, de modo que nós as compramos e as comemos várias vezes”.
“Há passarinhos de cor muito bela, de cor azul e com bico e orifícios nasais vermelhos”.
“Havia macacos de rabos compridos. Criávamos um no navio, mas morreu durante a viagem”.
“Havia um animal cujos pêlos eram de cor cinza esbranquiçada, com um focinho comprido e rabo listrado (gamba?). Seu tamanho era pequeno, um animal fácil de ser domesticado. Exalava cheiro ruim por todo o corpo. Compramos quatro deles para criá-los a bordo do navio”.
Durante 70 anos ficou abandonado.
Antes disso, até 1925, no local funcionou o cemitério municipal de Florianópolis, por outras oito décadas. Mas foi nos últimos anos que o atual Parque da Luz, uma área de 37 mil metros quadrados (quase 4 hectares ou a mesma quantidade de campos de futebol), foi descoberto pela maioria da população da Capital, impulsionado pela reabertura da Ponte Hercílio Luz.
Conheça a luta pelo parque Na década de 1990 quando os primeiros edifícios começaram a ser construídos nos altos da Rua Felipe Schmidt, os novos moradores ‘descobriram’ o local e, em 1997, criaram a Associação dos Amigos do Parque da Luz, que buscava lutar pela preservação do espaço, até então ignorado pelas autoridades municipais. Na época, a área começou a ser cobiçada pelas construtoras e também pelo poder público, que cogitava construir ali a sede da prefeitura.
Mas a mobilização da comunidade e de ecologistas da cidade conseguiu reunir 10 mil assinaturas, o que abriu o caminho para que a Câmara de Vereadores, em 1998, transformasse o espaço em Área Verde de Lazer, garantindo a sua preservação.
Boicote do poder público A conquista não trouxe o apoio que se esperava das autoridades municipais, que, ‘magoadas’ com a derrota, boicotaram qualquer ajuda oficial.
A saída, então, foi juntar forças e recursos próprios dos moradores para manter o parque.
Dezenas de vizinhos começaram a doar, por meio da conta da Celesc, pequenos valores mensais, suficientes para pagar um único funcionário, ‘Seu Dário’.
Atualmente, a Associação continua como principal responsável pelo Parque e ainda é mantida pela colaboração voluntária de seus associados. Foi Dário que durante duas décadas trabalhou sozinho, cuidando, roçando e podando as árvores, que foram sendo plantadas voluntariamente, sem nenhuma orientação, pela população. Em 2020, Dário voltou para sua cidade de origem, no Oeste catarinense.
Atualmente, são cerca de 5 mil exemplares, de todos os tipos, que cresceram nos últimos 20 anos, já que antes era um terreno baldio, sem nenhuma vegetação.
Mito e preconceito O Parque foi sendo ocupado gradualmente para atividades de lazer, principalmente, pelos moradores do entorno e também por esporádicos eventos musicais e exposições.
Porém, o preconceito do restante da população florianopolitana com relação à área foi se acentuando: “um local abandonado e inseguro, frequentado por moradores de rua e dependentes de droga”.
Essa descrição injusta, parcial e que denotava desconhecimento, foi reforçada pelos meios de comunicação, com frequentes reportagens superficiais e sem dados, já que houve pouquíssimos registros de crimes no Parque da Luz.
Você se lembra de algum? Não? Este jornalista que mora na frente desta área há mais de duas décadas, também não!
Redescoberta Nos últimos anos, as administrações municipais começaram a dar um pouco mais de atenção ao local.
Foi instalada a sede da Floram numa construção que era ocupada irregularmente por uma costureira por 20 anos. Funcionários da Floram, agora, colaboram com a manutenção do local.
Só em maio de 2019 foi inaugurado o sistema de iluminação.
Mas, agora, finalmente, o Parque é de todos! Graças à reabertura da Ponte Hercílio Luz a população tem invadido a área e a prefeitura feito algumas melhorias.
Adultos e crianças de todas as classes sociais brincam alegremente, correm, pulam e sobem nas árvores.
De uma hora para outra descobriram a única área ainda verde do Centro, com fácil acesso e onde é possível desfrutar do canto dos milhares de pássaros que ali têm seu lar.
Um muito obrigado a todos os que, desde 1995, lutaram para garantir este espaço que, agora, está sendo redescoberto pelos florianopolitanos.
Confira a galeria com imagens da população desfrutando do parque:
Retrospecto histórico No século 19, o atual Parque da Luz era chamado Colina da Vista Alegre ou o Morro do Barro Vermelho.
Em 1840, a área foi destinada para a instalação do cemitério municipal. O ‘campo santo’ era considerado ‘afastado’ do Centro e ficava no topo do morro (que era mais alto do que na atualidade, já que foi rebaixado duas vezes).
Em 1925, um ano antes da inauguração da Ponte Hercílio Luz, o necrotério foi transferido para o Itacorubi, levando a maior parte dos 30 mil corpos ali sepultados. Nas décadas seguintes, estudantes de Medicina e Odontologia ainda frequentavam o local buscando ossos para seus estudos.
Pode estar aí a justificativa pelo abandono e negligência do poder público por quase um século: o temor dos fantasmas ilhéus que rondavam o local, mas que hoje aproveitam a felicidade dos conterrâneos que frequentam o parque e já não assustam mais ninguém.
Confira a galeria com as fotos da evolução do Parque da Luz ao longo dos último anos:
Crédito das imagens: as fotos antigas são do acervo do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. As fotos mais atuais são de Billy Culleton.
Em 1º de janeiro de 1927, o hidroavião Atlântico chegou à capital catarinense vindo do Rio de Janeiro.
Na aeronave que aterrissou na Baía Sul, próximo à recém-inaugurada Ponte Hercílio Luz, estavam o ministro de Viação e Obras Públicas, o catarinense Victor Konder, o empresário da aviação Fritz Hammer, dois jornalistas, um cinegrafista e três tripulantes.
O voo era uma demonstração da empresa Condor Syndikat, buscando garantir a autorização do governo brasileiro para operar uma linha aérea dentro do território nacional.
A histórica viagem se transformou num marco da aviação comercial brasileira: foi o primeiro voo de transporte de passageiros de uma empresa nacional.
O ministro Konder, que exigiu que a viagem tivesse como destino seu estado natal, ficou tão impressionado com a segurança e conforto da aeronave que em poucos dias concedeu a autorização à empresa.
Semanas depois, a Condor Syndikat começou a operar a linha entre o Rio de Janeiro e a cidade gaúcha de Rio Grande, com escalas em Santos, Paranaguá, São Francisco do Sul e Florianópolis.
Em junho do mesmo ano, a empresa dava origem à Viação Aérea Rio Grandense (Varig).
Confira o vídeo (editado) da viagem, com imagens de Florianópolis (não tem som):
Capital vive o auge dos hidroaviões Estava inaugurado o ciclo das viagens aéreas dos florianopolitanos que, até então, dependiam dos navios para vencer as longas distâncias para os principais centros urbanos, como o Rio de Janeiro.
Foram mais de duas décadas de intenso tráfego aéreo no Centro da Capital.
Os passageiros dos hidroaviões desembarcavam num trapiche existente próximo ao Mercado Público Municipal.
Antes, desciam da aeronave diretamente num pequeno barco que os levava até terra firme.
CURIOSIDADES
Características da aeronave
– O hidroavião Atlântico era um bimotor, de construção semi-metálica, que podia levar de oito a 12 passageiros.
– Os assentos eram de vime, para reduzir o peso.
– As janelas eram amplas, oferecendo boa visibilidade aos passageiros, e podiam ser abertas em voo.
Acomodações
– Nas viagens, os passageiros se alojavam no casco dianteiro, que era relativamente amplo e confortável, até mesmo para os padrões atuais.
– O comandante e os tripulantes usavam pesados casacos e ficavam num compartimento aberto, na parte de cima do avião. Usavam capacetes de couro e óculos protetores, já que não tinham qualquer proteção contra os ventos frios.
Durante a viagem
– Antes da decolagem, o mecânico de voo distribuía o “serviço de bordo”, que consistia em chumaços de algodão e chicletes.
– Os chumaços de algodão deviam ser colocados nos ouvidos, para tentar conter o ruído dos motores Rolls-Royce Eagle.
– Os chicletes serviam para evitar a sensação de “ouvido tapado”, caso o avião tivesse que subir um pouco mais alto.
– O voo era feito em baixa altitude, numa velocidade entre 120 km/h e 160 km/h.
Pouso e decolagem
– Para embarcar, os passageiros entravam num barco, que os levava até a aeronave.
– Durante os pousos e decolagens, as janelas deviam ser fechadas, para evitar entrada de água na cabine.
– Para a decolagem, às vezes, eram necessários serviços extras: uma lancha ia na frente só para fazer onda, propiciando ao hidroavião, depois de algumas tentativas frustradas, o essencial pulinho que o ajudava a subir.
– Os pousos noturnos eram difíceis, pois não havia área demarcada, apenas a escuridão. Por isso, foi criado um artifício, que consistia em soltar um peso de chumbo preso a uma corda, desenrolada para ficar 10 metros abaixo da aeronave.
Quando o chumbo tocava a água, uma luz azul acendia no painel, e o piloto sabia que estava na hora de puxar o manche para pousar.
(As informações foram obtidas nos seguintes sites: www.varig-airlines.com, blog.hangar33.com.br, www.portalbrasil.net e www.culturaaeronautica.blogspot.com. A foto de abertura é do Hangar 33)
Há exatos 142 anos, a capital catarinense ganhou um moderno sistema de transporte de passageiros.
Foi no ano 1880, quando começaram a circular os bondes da Companhia de Carris Urbanos e Suburbanos.
Os vagões eram de madeira, totalmente abertos, com estribos laterais e bancos transversais, como descreve a urbanista Eliane Veras da Veiga, no livro “A casa de chácara da Rua Bocaiuva – Histórias da Praia de Fora“.
Puxados por três burros, eram pintados de verde com as iniciais CCU.
A autora salienta que, em 1909, os bondes eram considerados espaços de “demonstração de civilidade e de lugar-social”, onde se proibia o acesso de “pessoas maltrapilhas ou incorretamente trajadas” e se exigia que o passageiro estivesse devidamente “calçado e asseado”.
Trajeto até Agronômica
O trajeto ia da Praça XV de Novembro até o ponto final no Bairro da Agronômica, onde posteriormente foi construído o Abrigo de Menores e que atualmente sedia a Associação Catarinense de Imprensa.
Eram quatro quilômetros de linha de trilhos, com vagões para passageiros e também para cargas.
“Nas subidas, como na Avenida Trompowsky, as pessoas mais ágeis saltavam do bonde em movimento, pois ele era lento a ponto de se conseguir acompanhá-lo a pé. Caso contrário, o bonde não subiria a ladeira”, conta Eliane Veras da Veiga.
Segundo ela, em 1920, após a inauguração do serviço de ônibus, os bondes obsoletos e sucateados entraram em declínio.
Uma década depois, os vagões chegaram a ser puxados por tratores e caminhões, recebendo o apelido dos ilhéus de “treme-terra”.
Revolta popular contra os bondes
Mas o fim definitivo dos serviços de bondes se deu em 25 de setembro de 1934, quando houve um protesto liderado pelos alunos do Ginásio Catarinense e Faculdade de Direito, que eram contra o transporte antiquado, de acordo com a obra “A casa de Chácara…”.
A multidão desatrelou os animais, que correram em disparada pela Praça XV, e jogou o bonde nas águas da Baía Sul, ao lado do Miramar.
No dia seguinte, o Jornal O Estado publicou:
“Ontem, entre 20:20 e 20:30 horas, um grupo de pessoas, sem distinção de classe, formado um número superior a mil, vindo de diversos pontos e convergindo para a Praça XV de Novembro, parecendo que no local se projetava um comício político, porém com a descida aquela hora, do único bonde da CCU ora trafegando, o povo se lançou contra o mesmo, desatrelando os respectivos animais e levando o veículo para o Cais Liberdade, jogando-o ao mar e ateando-lhe fogo“.
Foi o final melancólico de mais de 50 anos de um transporte que ajudou no desenvolvimento de Florianópolis.
(A foto de abertura é da Casa da Memória de Florianópolis)
Por Billy Culleton
“O povo está cansado de ser espoliado; todos, sem distinção de classes, anseiam pelo dia em que desapareçam das cabeceiras da ponte as odiosas guaritas”.
O trecho da crônica publicada no Jornal O Estado, em 17 de fevereiro de 1931, mostra a insatisfação da população com a cobrança do tributo para atravessar a Ponte Hercílio Luz, desde a sua inauguração em 13 de maio de 1926.
Cada pessoa pagava 100 réis (em torno de R$ 1), independente se estava passando a pé ou a bordo de um veículo.
As carroças pagavam 1,5 mil réis (R$ 15) e automóveis, 2 mil réis (R$ 20).
Animais e volumes
Se o pedestre estivesse carregando um volume grande também deveria pagar por isso: 200 réis.
Já quem passava de bicicleta ou com um carrinho de mão desembolsava 500 réis nas guaritas existentes nas duas entradas da estrutura.
A taxação também era implacável com quem transportava animais: 1 mil réis por cada cabeça de gado que cruzava a Ponte.
Concessão para empresa particular
Com a abertura da Ponte, há exatos 96 anos, o governo do Estado concedeu os serviços de manutenção da obra para uma empresa particular que, em troca, tinha o direito de cobrar o pedágio.
O contrato foi assinado por dez anos e terminou em 1935.
Desde então, a travessia entre a Ilha e o Continente passou a ser gratuita, atendendo aos protestos da população local há mais de oito décadas.
Por Billy Culleton
No início do século passado, os shows e apresentações de faquires atraiam multidões em todo o mundo.
E em Florianópolis não era diferente.
Entre as décadas de 1910 e 1940 era muito comum a população local assistir às performances destas figuras exóticas nas casas de espetáculos da cidade, como o Teatro Álvaro de Carvalho (TAC).
O Jornal O Estado, de 4 de outubro de 1917, anunciava a exibição do Fakir Moreno, apresentando o “emocionante trabalho de catalepsia”, no TAC. O espetáculo consistia num número em que o artista era enterrado vivo e permanecia coberto de terra durante duas horas.
Depois, voltava cheio de saúde para delírio do público.
Durante esses 120 minutos havia exibição de outros espetáculos, como ilusionismo.
Os espetáculos dos faquires também incluíam hipnotismo e transmissão de pensamento, como publicou o jornal florianopolitano República, de 14 de março de 1934, sobre a apresentação do fakir catarinense Barbaramar, no palco do Clube 7 de Setembro. Cama de pregos e jejum
Nas décadas seguintes, as performances curtas nos cinemas e teatros deram lugar a longos espetáculos em locais públicos.
As provas consistiam no encerramento do faquir em uma urna transparente durante dias, semanas ou meses, para realizar jejum total.
Na maioria das vezes, dormiam sobre pregos e vidros e junto com cobras.
Geralmente, para ver a cena era necessário pagar uma taxa.
Exibição no Miramar
O lendário Miramar, próximo à Praça XV, foi palco de uma dessas exibições na década de 1960.
“Nesse espaço lembro-me do fakir Heráclis que dentro de uma redoma de vidro ficou deitado, sem camisa, em cima de uma cama de pregos por 40 dias e 40 noites sem beber e sem comer”, afirma o professor Sérgio Roberto Schmidt, que nasceu e cresceu em Florianópolis.
Ele conta que a visitação era grátis e pública.
Na época, Schmidt era estudante e recorda que também presenciou quando abriram os cadeados para retirarem Heráclis da redoma.
Morte na Igreja São Francisco
Uma década depois, em dezembro de 1977, o famoso fakir, que atuava na América do Sul desde os anos 1940, voltou a Florianópolis.
Ele pretendia quebrar o recorde mundial de 100 dias de jejum, marca que pertencia ao fakir Silki.
Como preparação para a façanha que deveria ocorrer em Buenos Aires, durante a Copa do Mundo de 1978, Heráclis construiu uma cabana de madeira ao lado da Igreja de São Francisco, no Centro, e iniciou uma prova de jejum de 30 dias.
Centenas de pessoas se aglomeravam diariamente para vê-lo na Rua Deodoro, esquina com a Felipe Schmidt.
De acordo com o Blog Os Albertos, no sétimo dia, em 26 de dezembro, ele morreu repentinamente dentro da urna, vitimado por um mal súbito.
“Nada pôde ser feito para salvá-lo: 27 cadeados, cujas chaves estavam em poder de autoridades locais, separavam o faquir do resto do mundo”, diz a publicação, se transformando num dos episódios mais trágicos do faquirismo brasileiro.
Repercussão nacional
O blog reproduz trecho da matéria publicada sobre o falecimento de Heráclis na revista “O Cruzeiro” no início de 1978.
Nela, o repórter Leopoldo Oberst decretava o fim do faquirismo no Brasil.
“Com a sua morte, ao que parece, o faquirismo no Brasil chega ao seu crepúsculo. Silki está inativo e nem cogita por enquanto de voltar às praças públicas para enfrentar os riscos da urna. Urbano se aposentou e agora faz horóscopos pelo rádio. Não há nem candidatos para substituírem essas figuras. E, com a morte de Heráclis, o time de faquires perde seu último homem em campo. Mas fica a advertência: quando forem jejuar, conservem as chaves da urna nas proximidades. Pode surgir uma emergência.”
Fracasso no enterro na Praça XV
Em fevereiro de 1933 outro fakir, Ferry, protagonizou um episódio que entrou para o folclore da Ilha.
Ele anunciou que ficaria enterrado durante 15 dias, sem acesso a comida e água.
O evento, segundo o Jornal O Estado, aconteceria no ‘terreo do prédio n. 9, á Praça 15 de Novembro’.
“Essa prova está despertando a curiosidade e, naturalmente, muitas serão as pessoas que velarão o morto-vivo”.
A nota termina assim: “Por nosso intermédio, o fakir Ferry convida a população para assistir ao seu enterramento”.
Três dias depois, no entanto, ‘em vista do fracasso da bilheteria’, Ferry suspendeu a prova e saiu do caixão.
Frustrado com a apatia dos florianopolitanos foi embora da cidade para nunca mais voltar.
Confira vídeo sobre os faquires: (A imagem de abertura é apenas ilustrativa e é reprodução do Wikipedia)
Por Billy Culleton
Às sete horas da manhã de 24 de abril de 1866, parte dos 12 mil habitantes de Desterro acordou sobressaltada por uma apavorante explosão no Centro da cidade.
Em poucos segundos, o belo prédio da Alfândega ficou em ruínas e pedaços da construção foram espalhados num raio de 300 metros..
A edificação ficava na esquina do “Largo do Palácio com a Rua do Príncipe” (hoje, Arcipreste Paiva com Conselheiro Mafra), na frente da Praça Fernando Machado, ao lado da Praça XV.
No local, atualmente existe a “Agência Zininho” da Caixa Econômica Federal, onde antes estava o Hotel La Porta.
Jornal local fala em ‘desastre horrível’
No texto em que divulga a notícia, o jornal “O Despertador”, de 27 de abril de 1866, começa descrevendo a cena rotineira de uma manhã normal no Centro da cidade: “Muitos indivíduos sahião de suas casas e se dirigião ao mercado. As canôas de diferentes lugares se aproximavão daquele ponto com os seus generos, como é de costume, e os colonos alemães desembarcarão dos seus botes os seus produtos agrícolas, e collocavão no largo entre a alfandega e casa do mercado, onde já havia compradores”. Na sequência, detalha o desastre: “Serião 7 horas, horrível explosão, originada, por certo, de matéria inflammável existente na mesma alfândega, fez abbater todo o edifício até os alicerces, levando pelos ares grande parte do tecto, indo cahir a grande distancia”.
E continua: “A detonação foi tal que fez estremecer os edifícios mesmo os mais distantes da praça; muitas vidraças ficarão inutilisadas. O incêndio manifestou-se immediatamente, e os sinos das igrejas davão signal delle!!”
Segundo o jornal, o povo ‘sobressaltado’ correu até o lugar do sinistro e em menos de cinco minutos havia mais de mil pessoas no local.
A explosão também danificou parcialmente o antigo Mercado Público, que ficava na frente, onde hoje está a Praça Fernando Machado.
Na época, a Alfândega possuía seu próprio atracadouro no cais, ao lado do trapiche, que depois foi o Miramar.
Mortos e feridos O Despertador lista os nomes dos mortos e feridos. “De tão terrível catastrophe resultou a morte de dez pessoas; tres gravemente feridas e doze levemente, cujos nomes abaixo mencionamos.”
Entre as vítimas, portugueses, alemães e brasileiros. Também há menção aos escravos, identificados apenas pelo primeiro nome.Barcos ajudam a apagar fogo
“Uma só bomba e esta em máu estado sahio da capitanaia do porto e com ella se começou o trabalho para dominar o incêndio, o que não se conseguiria se não acudissem as bombas dos vapores Brazil e Gerente que se achavão no porto (…). A não ser isto graves prejuízos sofreria o commercio visto a proximidade de muitas casas de negócio”, descreve o jornal.
História do prédio
A criação da primeira Casa da Alfândega, também conhecida como Casa de Arrecadação da Marinha, em Desterro, teve lugar em 1778, segundo conta o historiador Carlos Humberto Corrêa, no livro “História de Florianópolis Ilustrada”.
O autor faz referência a um documento do Ouvidor Moniz Barreto, dirigido à Câmara Municipal, em 23 de junho daquele ano: “Tenho tirado, em resulta das minhas observações, a minuta da inclusa representação para Sua Majestade sobre a criação de uma Alfândega no porto desta Ilha. As vantagens, que daqui resultam me parecem demonstradas.”
Somente em 1876, dez anos depois da explosão, foi inaugurado o novo prédio da alfândega, que existe até hoje, próximo ao Mercado Público Municipal.
(As fontes para esta reportagem foram os livros “Florianópolis, memória urbana”, de Eliane Veras da Veiga, e “História de Florianópolis Ilustrada”, de Carlos Humberto Corrêa. A imagem de abertura é uma pintura de Aldo Beck, publicada no livro de Eliane da Veiga)
Há apenas sete anos chegou-se a um consenso sobre o dia da comemoração do aniversário da Capital dos catarinenses.
Foi em 2015 que a Câmara de Vereadores reconheceu oficialmente, por meio de lei, que a fundação de Florianópolis foi em 17 de fevereiro de 1673. Ou seja, há 349 anos.
Segundo o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (IHGSC), naquele ano o bandeirante paulista Francisco Dias Velho mandou 100 homens para povoar a Ilha de Santa Catarina, quando o território ainda fazia parte de Laguna.
Já no dia 23 de março de 1726, 294 anos atrás, a então póvoa de Nossa Senhora do Desterro foi emancipada de Laguna e elevada à categoria de vila.
Mesmo assim, por tradição, optou-se por manter a comemoração em 23 de março, data que foi oficializada como o “Dia do Município”, porque naquele dia de 1726 foi criada a antiga Câmara de Vereadores (chamada à época de “Casa de Câmara”).
Foi o prefeito Acácio Garibaldi S. Thiago, em 1967, que assinou a lei determinando a comemoração da cidade no dia da sua emancipação política.
(Imagem de abertura: ilustração de Eleutério da Conceição, no livro “Nossa Senhora do Desterro – Os primeiros anos”)